Via Folha de S.Paulo
FILIPE OLIVEIRA
Apenas empresas com uma folha de pagamento alta em
relação a seu faturamento devem se beneficiar com a inclusão de novas
categorias no Simples (regime de tributação simplificado para micro e pequenas
empresas).
A medida, que permite que 140 novas categorias
entrem nesse sistema, foi aprovada pelo Senado no dia 16 e aguarda sanção
presidencial.
Pela lei aprovada, companhias de setores como
medicina, engenharia e arquitetura que faturam até R$ 3,6 milhões poderão
entrar no Simples. Mas isso pode significar o pagamento de impostos ainda
maiores.
Isso acontece devido às alíquotas mais altas que
serão cobradas dessas novas categorias. Para elas, foi criada uma nova tabela
em que a tributação varia entre 16,92% e 22,45% do faturamento (a alíquota
aumenta conforme os ganhos crescem). Nesse valor já são inclusos encargos
previdenciários, como a contribuição patronal ao INSS.
Editoria de arte/Folhapress
|
Na opção do pagamento de tributos pelo sistema do
lucro presumido, do qual a maioria das empresas poderia migrar, é cobrada uma
taxa calculada a partir de uma tabela de lucro estimada para seu setor de
atuação. No caso dos prestadores de serviços, ela fica em torno de 16,3%, mas
sem incluir os encargos previdenciários.
Como a nova tabela do Simples parte de um valor
maior do que esse, a única forma de o regime valer a pena é a companhia pagar
tributos altos relacionados à folha de pagamento.
vale a pena?
vale a pena?
No quadro ao lado, simulações ilustram uma situação
em que o Simples é a melhor opção e outra em que ele perde para o lucro
presumido. No caso em que ele é o mais adequado, a folha de pagamento da
empresa equivale a 25% do faturamento.
Além do valor do imposto a ser pago, o empresário
também deve considerar que, quando opta pelo Simples, tem uma diminuição de
custos com a redução da burocracia e o envio de informações, diz Julio Durante,
consultor do Sebrae-SP.
"Há um custo intangível de estar fora do
Simples, pois as obrigações acessórias de outros regimes são muitas, como o
preenchimento e envio de diferentes formulários em datas diferentes."
As empresas podem começar a pagar seus impostos pelo
Simples a partir de 2015.
O governo estuda a possibilidade de revisar as
tabelas de tributação do Simples Nacional. Para isso, a Secretaria da Micro e
Pequena Empresa contrataram quatro instituições de ensino e pesquisa, como
antecipou a Folha em junho.
Fonte: Folha de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário