A Receita Federal divulgou no último dia 20
de Agosto o Resultado da Fiscalização no primeiro semestre de 2015. No período,
a fiscalização constituiu crédito tributário na ordem de R$ 75,13 bilhões, que
representa um acréscimo de 39,7% em relação a igual período de 2014, quando
atingiu R$ 53,77 bilhões.
O interessante é que a Receita alcançou
estas cifras extraordinárias fiscalizando menos. MENOS? COMO ASSIM?
A resposta é simples: a Receita está
fiscalizando MELHOR. Com menos procedimentos de fiscalização o órgão obteve um
resultado 40% maior do que o ano anterior. E a chave deste resultado está
ligada ao trabalho da equipe que atua na seleção dos contribuintes. A
disponibilização das informações e dos cruzamentos eletrônicos proporcionados
pelo SPED - Sistema Público de Escrituração Digital e o aumento do conhecimento
e especialização dos Auditores-Fiscais permitiram que a Receita abrisse
fiscalização com um indício de certeza mais relevante e conseguisse um maior
resultado dos lançamentos.
O subsecretário de fiscalização, Iágaro Jung
Martins, ressaltou que "mais do que o acréscimo em si, o número se deve à
maior eficiência da Fiscalização da Receita Federal ao longo dos anos, que
decorrem dos constantes investimentos da Instituição em tecnologia, que se
traduzem numa maior capacidade de processar informações mas, sobretudo, pela crescente
especialização dos Auditores-Fiscais que atuam na área de seleção de
contribuintes e na execução das auditorias, responsáveis por identificar e
combater a sonegação fiscal contra a Fazenda Nacional e promover o lançamento
tributário”.
A lógica é a seguinte: a Receita Federal tem
acesso a várias informações através do SPED. Além disso, possui softwares que
cruzam informações e selecionam os contribuintes que apresentam maiores
inconsistências em suas informações e maiores indícios de sonegação fiscal.
Isso faz com que a fiscalização consiga direcionar seu trabalho e auditar
aqueles contribuintes com maior potencial de crédito tributário.
Sabendo como age a fiscalização, as empresas
precisam agir preventivamente, reduzindo ao máximo as inconsistências em suas
declarações acessórias. Afinal, a seleção dos contribuintes a serem
fiscalizados nasce do CRUZAMENTO ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES. Se sua empresa
envia informações incorretas ou imprecisas, a chance de fazer parte do rol
daqueles que serão fiscalizados é grande. Portanto, todo cuidado é pouco na
hora de transmitir suas declarações.
Conforme dissemos em várias ocasiões,
sonegar tributos ou realizar planejamentos tributários temerários é algo
extremamente arriscado, pois os órgãos de fiscalização estão preparados para
detectar rapidamente estes comportamentos, ainda mais em um momento em que o
governo enfrenta dificuldades para promover o ajuste fiscal e não tem outra
saída que não seja aumentar a eficiência da fiscalização e combater cada vez mais
a sonegação fiscal.
No Brasil de hoje, é essencial estar em
conformidade com as normas tributárias, e para isso é preciso contar com o
apoio de ferramentas de auditoria eletrônica, pois o tempo do profissional
tributário deve ser utilizado para solucionar problemas, e não para procurar
inconsistências. Uma vez que o fisco faz suas auditorias eletronicamente, as
empresas não podem conferir seus dados de forma manual, um processo lento, caro
e sujeito a falhas humanas.
Assim, diante dos fatos, o profissional da
área tributária deve adotar uma postura responsável e inteligente, contando com
o apoio de ferramentas tecnológicas que permitam antecipar as análises da
fiscalização e, com isso, mitigar seus riscos fiscais.
Fonte: e-Auditoria