Por Pedro Coelho Neto*
As empresas em geral têm sido obrigadas a investir pesado na aquisição de equipamentos e de softwares de gestão para atender a complexidade das operações e as exigências dos fiscos municipais, estaduais e federal. O mesmo tem acontecido nas empresas de prestação de serviços contábeis responsáveis pelas contabilidades da maioria das empresas de pequeno e médio porte.
O investimento maciço em tecnologias não tem sido uma exclusividade das áreas administrativas e contábeis. A prática da medicina, por exemplo, vem mudando diuturnamente, com a realização de exame cada vez mais sofisticados e que exigem equipamentos de alta performance. O mesmo tem ocorrido com outras áreas.
Dessa realidade ninguém pode fugir, entretanto os tomadores de serviços têm que dar o valor devido e reconhecerem os altos investimentos realizados pelos prestadores dos serviços para poderem prestar serviços de qualidade e com margem de risco aceitável.
É comum o cliente argumentar que com integração de sistemas, com a adoção do SPED Fiscal, o SPED Contábil e tantas outras novidades os serviços ficaram mais ágeis e, assim, demandarão menos mão de obra. Infelizmente isso não vem acontecendo. Pelo contrário, a contabilidade, seja executada interna ou externamente, está exigindo profissionais cada vez mais qualificados e antenados com a modernidade tecnológica. Portanto, é um engano pensar que os sistemas e as máquinas, principalmente no âmbito das ciências administrativas e contábeis, prescindirá do ser humano.
O que se tem observado é uma crescente gama de informações sendo exigidas pelos governos com tendência de que se estenda a todas as empresas, independente do porte. É preciso, assim, primar pela qualidade das informações enviadas ao fisco, pois elas serão a base das futuras autuações. Receber a visita de fiscais será cada vez mais raro, pois o correio será o mensageiro das más notícias decorrentes de informações inconsequentes.
Hoje já existem no mercado vários sistemas para rastrear irregularidades de forma preventiva e que nada mais são do que investimentos para um futuro mais tranquilo. Querer fazer economia nessa área é algo muito arriscado e pode custar caro para aqueles que preferem o barato em detrimento da qualidade.
*Pedro Coelho Neto é contador, sócio diretor da Marpe Contabilidade e atua como conselheiro do Grupo Brasileiro de Empresas de Contabilidade – GBrasil.
Fonte: Marpe Digital. Edição Nº 27 (2012) via http://blogdosped.blogspot.com.br/
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